As mudanças organizacionais podem ser classificadas de diversas formas: estruturais, operacionais, estratégicas, processuais ou culturais. Podem ser suaves ou intensas, durar horas, meses ou anos. O fato é que a mudança é uma realidade global e real, mas como lidar com a tal mudança?
Há quem diga que vive em uma eterna mudança, desde que se conhece por gente. De verdade, a mudança assola o ser humano desde que ele existe, basta revisitarmos a nossa própria vida. Movimentos automáticos que fazemos hoje com total independência, como mastigar alimentos sólidos, amarrar cadarço, ler, escrever e dirigir um automóvel representaram um tremendo desafio em determinada época de nossas vidas.
Há mudanças que tivemos que incorporar e até esquecemos, como a nossa primeira prova na escola, o nosso primeiro emprego, uma mudança de escola, de casa, de bairro…etc. Seguimos mudando e nos adaptando, até que entramos nas organizações e convivemos com as mudanças quase que diariamente, e o pior: algumas totalmente inesperadas.
A primeira fase implica na nossa capacidade de entender e analisar quais são os impactos reais da mudança. A flexibilidade e a resiliência ajudam muito nesta fase. No geral temos a tendência de gostar do jeito antigo de fazer as coisas, por vários motivos: facilidade, acomodação, preferência… etc.
A segunda fase diz respeito a nossa capacidade de desapegar do antigo e ser capaz de incorporar o novo e este pode ser um exercício árduo dependendo da intensidade da mudança e a forma com que as pessoas lidam com esta temática.
A última fase é a tomada de decisão, que pode ser fácil ou dolorida, rápida ou lenta, envolver mais ou menos riscos. Normalmente envolve uma necessidade de um posicionamento, após uma avaliação e análise dos prós e contras.
Pode ser possível pensar e praticar a mudança de um jeito menos dramático e mais desapegado. Percebê-la como uma possibilidade de aprendizagem e um avanço pode ser interessante e inteligente. É preciso também entender que a mudança é vivenciada e percebida de forma diferente e peculiar conforme a visão de mundo de cada um. Neste ponto o papel da liderança é fundamental.
Há momentos em que o líder precisa apenas comunicar, com isenção, transparência e generosidade para entender que a mudança poderá ser difícil. Há momentos em que o líder precisará apenas ouvir, pois pode ser a forma mais empática de ajudar. Há momentos em que o líder precisará engajar o outro na mudança e ajudá-lo a assimilar sendo coach.
O que pode ocorrer muitas vezes é a inversão de papéis, ou seja, quando o líder deveria ouvir ele pode querer falar, quando precisa apenas falar ele decide ouvir e assim por diante.
Arriscaria uma fórmula para o líder C + O + E + C = gerenciar as mudanças. Comunicar, Ouvir, Engajar e Dar Coaching, são ações fundamentais para encarar os ventos da mudança com serenidade e energia, pois todo líder precisa de uma equipe resiliente e engajada.
E mesmo com as todas as fórmulas, é importante dar espaço para o inesperado, imprevisto, o oculto e as diferentes formas de encarar a mudança, afinal ela pode ser difícil para uns e ser mais ou menos fácil para outros.
Há alguns ingredientes que tornam a mudança mais divertida como a visão das diferentes gerações e culturas que podem entender e senti-la de maneira muito peculiar.
Existem mudanças que estão acontecendo agora mesmo na minha e na sua vida, mas talvez nem você e nem eu estamos percebendo. Pode ser a mudança natural do dia a dia, a maturidade, o aprendizado diário ou algo relacionado a um ciclo que está se encerrando e não estamos sequer percebendo.
O fato é que a mudança está aí e pode ser muito inspirador procurar por ela e olhá-la de maneira mais amigável. Isto mesmo! É um convite, afinal como diz Helen Keller. “Procurar a mudança é uma fonte imbatível de força”.
(Fonte: Revista Melhor)
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